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Fábula #22

Sábado de manhã, no dia a seguir a uma noite de copos, acordo e não faço ideia de onde estou. Ainda por cima, estou nu. O que será que aconteceu ontem à noite? Devagarinho, vou recordando o que aconteceu. Aos poucos, as imagens da noite de ontem vão aparecendo no meu cérebro.

Jantei com os meus amigos, bebemos um bocado, a seguir fomos para um bar, onde bebi um cocktail ou dois, depois aproveitámos o facto de as discotecas já estarem abertas para irmos ver as docas, depois andámos a entrar e sair de várias dscotecas, à procura de alguma que tivesse um ambiente adequado à nossa idade, desistimos e tentámos o Plateau, no Plateau encontrámos mais uns conhecidos, metemos conversa com montes de gente...

- Bom dia. Ou melhor, boa tarde!

Sobressaltado, olho para a direcção de onde vem a voz. À minha frente, está uma mulher sorridente, que tenho a certeza nunca vi na vida sóbrio. Veste um roupão de banho volumoso e traz o cabelo ainda húmido de quem acabou de sair de um duche retemperador.

- Er... Bom dia.

- Como estás? Ontem apanhámos uma valente bebedeira. Precisas de um kompensan?

- Não, mas preciso urgentemente de lavar os dentes. A minha boca sabe horrivelmente e a minha íngua parece papel de música. Vais-me desculpar, mas não faço ideia do que aconteceu ontem, nem do teu nome.

- Ah, sem problema. Também não sei o teu nome. Eu sou a MJ.

- Coiso, muito gosto.

- Olá Coiso. Então, ontem, não aconteceu nada. Aparentemente, demos uns beijos no Plateau, apanhámos um Uber até minha casa e quando entrámos, devíamos estar tão bêbedos que não se passou nada e adormecemos cada um para seu lado. Eu acordei completamente vestida em cima da cama e contigo completamente nu ao meu lado. Assustei-me, peguei no telefone e soube da história pela minha melhor amiga, que veio connosco no Uber e nos abriu a porta.

- Ah...

- Espera, vou ver se tenho alguma escova de dentes a mais.

Enquanto ela vai verificar, visto os boxers e estou à procura da minha camisa quando ela aparece com a escova de dentes.

- Olha, tenho aqui umas roupas antigas do meu irmão, ele é mais alto que tu, mas não te devem ficar muito mal. Toma um banho, pelo menos.

- Obrigado, mas se calhar vou andando para casa.

- Nem pensar. Pelo menos faz-me companhia ao pequeno almoço!

- OK, obrigado.

Ela volta com uma toalha, uma escova de dentes, uma t-shirt e uns calções de desporto coçados e indica-me a casa de banho. Fecho a porta, tomo um duche retemperador, lavo os dentes, visto a roupa, que realmente me ficava um pouco grande e saio da casa de banho. Dirijo-me à cozinha. Ela já tinha vestido umas calças de fato treino pretas justas e um top de desporto. Miro-a de cima abaixo e mentalmente aprovo. Já na casa dos 40 mas ainda bonita e com um corpo de fazer inveja a muitas meninas, cabelo escuro ondulado bem cuidado, unhas bem pintadas. Ela vê-me à porta da cozinha.

- Queres um café? Não sei se queres comer alguma coisa, tenho aqui pão, queijo, tenho fruta, iogurtes e cereais.

- Aceito um café e como um bocadinho de pão e queijo.

- Podes sentar-te.

Sento-me à mesa, ela faz-me um café, mete um cesto com pão e um prato com queijos na mesa. Para ela, tem uma taça com muesli e leite de vaca. Começamos a conversar e imediatamente nos damos bem. Falamos um pouco de nós, do nosso passado e do que fazemos da vida enquanto comemos. Depois do pequeno almoço, faço mais um café para cada um de nós e vamos para a sala conversar mais um pouco. Ela pergunta-me se me importo que ela fume e eu pergunto-lhe se posso fumar com ela. Ela acende um Marlboro e eu um Iqos e acordamos ver um filme.

Sento-me ao lado dela no sofá enquanto escolhemos o filme. Escolhemos um filme Europeu que, ao fim de menos de 10 minutos, tem uma cena de sexo extremamente intensa. Ela muda de posição no sofá, claramente excitada. E eu também começo a sentir o sangue a afluir ao meu pau. A história desenrola-se. A personagem principal do filme, uma directora de um Museu, está a inicar um romance tórrido com um perigoso ladrão de arte antiga. As cenas eróticas sucedem-se e eu já estou a ficar extremamente excitado. Ao meu lado, ela também parece afectada pelo filme. Tentando disfarçar, levanto-me e digo que vou à casa de banho. Quando volto, pergunto-lhe se tem água. Ela diz para procurar na despensa e trazer uma água das pedras para ela.

Entrego-lhe a água das pedras, bebo metade da garrafa de água de uma vez só e concentro-me novamente no filme. Ao fim de uma hora de filme, mais ou menos, a personagem descobre o que o amante faz. Em vez de o confrontar ou de chamar a polícia, usa-o em seu benefício e deixa-o após mais algumas cenas de sexo tórrido. Comento com a MJ que o filme é quentinho e ela diz que está a ficar com calores. No fim do filme, pergunto se ela quer que eu me vá embora e ela diz "Não, quero que fiques! Desde o início do filme que estou à espera que tomes a iniciativa!"

Surpreendido, olho para ela embatucado. Ela pega-me no pescoço e diz-me "Olha, começa assim..." e beija-me. Os nossos lábios tocam-se e eu sinto a boca dela a abrir e a língua dela nos meus lábios. Abro a boca e as nossas línguas tocam-se. A química entre nós é inegável e a ela junta-se a excitação do filme. Em poucos minutos, estamos completamente despidos a imitar algumas das posições que vimos no filme.

Depois de terminarmos, bebemos mais um pouco de água e fumamos um cigarro, enquanto nos olhamos. Ela quebra o silêncio...

- Estava difícil de entenderes, não estava? Se não fosse eu...

- Pois, parece que sim. Desculpa, mas com isto do COVID fiquei um bocado fora de jogo.

- Eu também... Não tem mal. Para que fique registado, gostei muito e quero mais, OK?

- Ainda bem que o disseste. Porque eu quero exactamente o mesmo.

- Óptimo.

Com isto levanta-se, nua e magnífica e sai da sala. À porta, olha para mim e diz "Vens?"

Sigo-a até ao quarto dela, onde a abraço e beijo intensamente. As minhas mãos percorrem o corpo dela e sinto-a pronta para mais um round de sexo. Empurro-a docemente para cima da cama e deito-me entre as pernas dela...

O resto da história, talvez a conte outro dia!

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