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Fábula #17

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Fim de semana primaveril. Lá fora, os passarinhos cantam e o vento sopra com força. 


Acordei da minha sesta e dirigi-me à casa de banho, apenas para te encontrar no banho a masturbares-te. Estavas tão concentrada no acto que nem me viste, por isso deixei-me ficar na soleira da porta, a espreitar-te. Gemias baixinho, uma mão na borda da banheira, a outra no teu tesouro.


Começo a sentir o sangue a entumecer-me e uma sensação boa na minha mente, por isso dispo-me e começo, também eu, a masturbar-me devagar. Ver-te estava a deixar-me super excitado mas não te queria interromper, pelo menos para já.


Começas a arquear as costas e a respirar mais depressa, o orgasmo a chegar. E eu ali a ver-te, duro e pronto a vir-me também. Após o teu orgasmo não resisto e entro na casa de banho, de membro erecto e vontade bem explícita. Pego em ti ao colo e levo-te, a pingar, para a cama.


Agora, vamos ter uma conversa os dois...

Rain...



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Chove lá fora.


A discussão de hoje ainda soa nos meus ouvidos enquanto ouço as bátegas nas janelas e vejo pelo canto do olho o relampejar da trovoada. Sentado no sofá, seguro um cigarro na mão direita e um copo de licor na esquerda. Não sou fã de nenhum deles mas hoje apeteceu-me. A roupa ensopada cola-se-me ao corpo e o cabelo húmido liberta gotas pela minha testa abaixo.


Estou sozinho em casa. Algures na cidade, procuras uma cama para passares a noite, pois já não é comigo que queres estar. Disseste-mo há poucas horas, com ar sério e expressão fria, "vou deixar-te, porque isto já não vai a lado nenhum". Como sempre, não te respondi, apenas virei novamente a cabeça para o programa que estava a ver e carreguei no play. E tu desta vez não choraste. A chuva não esteve nos teus olhos. Nem nos meus.


No fundo, ambos sabíamos disso, só o adiámos. E odiamo-nos por isso.


À noite, já não querias que te tocasse e não me procuravas quando me deitava mais tarde. As poucas vezes que fazíamos... amor? sexo? coito? era maquinalmente. Um copo de água para matar a sede, apenas. Não uma urgência como no início.


E a culpa? Não há. Nunca houve. Duas pessoas com rumos diferentes, com ideias e perspectivas opostas, tão diferentes que se atraíram numa festa de amigos comuns e não mais se largaram. Tão burras que não perceberam que a água e o azeite não se misturam. Por muito que chova sobre as oliveiras...


E agora aqui estou, com um cigarro numa mão, um licor na outra, ensopado depois ter saído para sentir a chuva cair sobre mim. Para quê? Para fingir que caía dos meus olhos. Que era salgada e que vinha do coração. Mas nunca fui bom a fingir. Só enganei uma pessoa, com este teatro. Ou tentei...


Parece-me que está a começar a chover outra vez. Desta vez vem da minha alma... E dói!

Aguardando

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É assim que te imagino, sempre! Bela, nua, sensual, aguardando. O quê, perguntas? Não sei bem se a mim ou outro, se este ou aquele, se fulano, beltrano ou sicrano. Simplesmente aguardando que chegue o Alazão onde serás Amazona, sem sela ou arreio, cabeçada ou rédea.


 

Viagens

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Poderia ser o álbum do Pedro Abrunhosa, mas não. É mesmo uma das coisas que sinto mais falta. Poder ir viajar para um destino quente, com águas calmas e mornas, com pouca ou nenhuma roupa, com bebidas alcoólicas coloridas para ganharmos coragem líquida.


Noites loucas, de preferência sem dormir, com muito e bom sexo, com muitos carinhos e cafunés, com coisinhas boas e sem horários. Com a barriguinha cheia de comidas com sabores exóticos e diferentes, inebriado e animado, este é o mundo que me faz mais falta.


Outra coisa que me faz falta... passar uma noite a dançar loucamente numa qualquer discoteca, num louco roça roça com desconhecidos, sair exausto e transpirado ao raiar do dia, pegar num iogurte enorme e ir para a beira da água ver o Sol a nascer.


Gosto tanto de viver...